E se soubéssemos o dia da nossa morte? Continuaríamos a viver como imortais?
Imagine uma sociedade onde as pessoas vivem conscientes do dia da sua morte. Uma data que condiciona as suas vidas desde o ínicio. Como é que será que viveríamos perante este paradigma? Daríamos maior valor à vida? Tentaríamos aproveitar ao máximo sem restrições? Ou pelo contrário, definiríamos todos
os momentos ao pormenor? Será que continuávamos a sonhar e a desejar o futuro?
Nesta sociedade existe um ritual: Denominamo-lo PARCAE.O enredo
é este: Diariamente são lançadas para o espaço milhares de cápsulas com
7 passageiros cada. Todos têm o mesmo destino: a morte. Em PARCAE, têm apenas 24 horas para se lançarem nas suas últimas reflexões acerca do sentido da vida e do sentido da morte.
PARCAE é um projeto de design especulativo que propõe refletir sobre a maior utopia da humanidade — saber o dia da própria morte; será esta a maior libertação do ser humano? À semelhança de Solaris, de Andrei Tarkovsky, esta ficção desconstrói a ficção científica que se legitima à conquista do espaço: o universo serve de espaço de reflexão, quer para os sete passageiros que em breve se desmaterializarão, quer para o oitavo — o ouvinte — também ele limitado por este mesmo universo e imbuído da mesma condição de mortal.